O bullying na escola emerge como um desafio significativo, impactando diretamente a saúde mental e o bem-estar dos estudantes.
Este trabalho delineia a relevância da literatura sobre bullying, destacando as contribuições de alguns autores notáveis na área.
Além disso, sugere estratégias fundamentadas em princípios e valores para mitigar e combater o bullying.
O bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa indefesa, causando danos físicos e psicológicos às vítimas.
Consiste em agressões verbais, físicas e psicológicas que humilham, intimidam e traumatizam a vítima. Pode ocorrer em diversos ambientes, como escolas, locais de trabalho, e até mesmo dentro de casa.
O bullying envolve um desequilíbrio de poder entre o agressor e a vítima, sendo uma forma persistente de violência que pode ter impactos duradouros.
A prática do bullying é combatida por meio de programas educativos, conscientização e apoio psicológico tanto para as vítimas quanto para os agressores
Segundo Dodge, o bullying, um comportamento prejudicial que pode variar desde intimidação até ataques físicos, tem consequências duradouras sobre a saúde mental dos estudantes, incluindo ansiedade, depressão e baixa autoestima.
O autor enfatiza a importância de políticas escolares eficazes para prevenir o bullying, sublinhando a necessidade de intervenção precoce e abordagens multidisciplinares, Dodge, K. A. (2003).
Jacob Cohen propõe que a escola transcenda a mera instrução e se configure como um espaço onde floresce uma cultura de respeito e empatia.
Essa transformação é fundamental para garantir que todos os alunos se sintam acolhidos, valorizados e seguros.
Para alcançar esse objetivo, a escola deve implementar medidas que promovam a inclusão, a tolerância e a resolução pacífica de conflitos.
O diálogo aberto e a escuta ativa são ferramentas essenciais para construir um ambiente onde a diversidade seja celebrada e as diferenças sejam respeitadas.
A escola também deve se preocupar com o bem-estar emocional dos alunos, criando um espaço onde eles se sintam livres para expressar suas emoções e buscar ajuda quando necessário.
Através de atividades que estimulem a inteligência emocional, a escola pode contribuir para a formação de cidadãos mais resilientes e preparados para lidar com os desafios da vida.
Ao cultivar uma cultura de respeito e empatia, a escola não apenas contribui para o desenvolvimento integral dos alunos, mas também os prepara para serem agentes de transformação social, Cohen (2003).
Howard Gardner, importante psicólogo cognitivo, destaca a necessidade urgente de uma abordagem na educação, indo além da simples transmissão de conhecimentos acadêmicos.
Em sua obra seminal “Intelligence Reframed” (2003), Gardner ressalta a importância essencial da formação em valores e habilidades sociais, especialmente diante dos desafios contemporâneos enfrentados nas escolas, como o bullying.
Neste contexto, Gardner enfatiza a importância de capacitar os alunos para reconhecer, enfrentar e prevenir esse tipo de comportamento prejudicial. Isso inclui educá-los sobre as diversas formas que o bullying pode assumir, desde agressões físicas até exclusão social e cyberbullying, e fornecer-lhes estratégias eficazes para lidar com essas situações, seja através da comunicação assertiva, busca de apoio de adultos responsáveis ou intervenção de programas de mediação de conflitos.
Além disso, Gardner destaca a necessidade de os educadores estarem atentos aos sinais de bullying e agirem prontamente para interromper esse comportamento, garantindo que todas as vítimas se sintam seguras e apoiadas em seu ambiente escolar.
Ele argumenta que, ao criar uma cultura escolar que valorize o respeito mútuo e a cooperação, é possível não apenas prevenir o bullying, mas também promover um clima de aprendizado mais positivo e estimulante para todos os alunos.
Simplesmente punir os agressores não resolve completamente o problema do bullying, em vez disso, Swearer, Espelage & Napolitano, advogam por abordagens mais abrangentes que envolvam conscientização, educação e promoção de comportamentos positivos.
Eles acreditam que é mais eficaz investir em programas de prevenção do bullying do que apenas reagir após o bullying ter ocorrido. Esses programas devem ser proativos, visando criar um ambiente escolar seguro e acolhedor desde o início.
Enfatizam a importância de aumentar a conscientização sobre o bullying entre os alunos, professores, pais e funcionários da escola. Isso pode ser feito por meio de campanhas educativas, workshops e programas de treinamento.
Em vez de apenas focar nos comportamentos negativos, argumentam que os programas de prevenção do bullying devem promover ativamente comportamentos positivos, como gentileza, empatia e respeito mútuo.
Isso cria uma cultura escolar que desencoraja o bullying e promove relacionamentos saudáveis entre todos, principalmente entre os alunos. Swearer, Susan M., Espelage, D. Lynn Napolitano, Scott A.
Justin W. Patchin, evidencia a importância de abordar o bullying não só no ambiente escolar, mas também na internet. Argumenta que o bullying online é uma forma de crime cibernético que pode ter consequências graves para as vítimas, e sugere que as plataformas digitais devam adotar medidas mais rigorosas para prevenir e punir o bullying, incluindo a implementação de políticas de moderação mais eficazes e a criação de ambientes seguros para os usuários.
Conclusão
O bullying, na escola ou internet, é um problema complexo.
A abordagem multidisciplinar para lidar com o bullying na escola é essencial para promover um ambiente seguro, inclusivo e saudável para todos os alunos.
Os autores destacam a importância de políticas escolares eficazes, cultura de respeito e empatia, formação em valores e habilidades sociais, programas de prevenção abrangentes e atenção ao cyberbullying.
Ao adotar medidas proativas e promover comportamentos positivos, as escolas não só combatem o bullying, mas também cultivam uma atmosfera propícia ao desenvolvimento integral dos alunos e à construção de relacionamentos saudáveis.
É imperativo que educadores, pais, alunos e a comunidade em geral se unam para criar um ambiente escolar onde o respeito mútuo e a cooperação sejam os pilares fundamentais, preparando os alunos para enfrentar os desafios do mundo moderno de maneira resiliente e compassiva.
Maurilio Jarduli é colunista do Blog GALILEU, atuou como Conselheiro Pedagógico por 15 anos, e é pós-graduado em Gestão Estratégica/Governança Corporativa – USP.