Pensamento Computacional no Ensino Básico: uma abordagem necessária para o século XXI

Pensamento Computacional

No contexto da sociedade digital contemporânea, o pensamento computacional emerge como uma habilidade essencial para os estudantes do ensino básico.

Este artigo explora o conceito de pensamento computacional e sua aplicação no ambiente educacional, destacando sua importância para o desenvolvimento de competências cognitivas e habilidades para resolver problemas.

Além disso, discute-se a relevância do pensamento computacional para a formação de cidadãos capazes de compreender e enfrentar os desafios tecnológicos do século XXI.

Jeanette Wing, em seu artigo seminal “Computational Thinking” (2006), define o pensamento computacional como “um processo mental que envolve a formulação de problemas de uma maneira que nos permite usar um computador e outras ferramentas para ajudar a resolvê-los”.

Ela argumenta que o pensamento computacional não está limitado apenas aos cientistas da computação, mas é uma habilidade fundamental que todos os cidadãos devem possuir para enfrentar os desafios complexos da era digital.

Por sua vez, Seymour Papert, em sua obra “Mindstorms: Children, Computers, and Powerful Ideas” (1980), enfatiza a importância do pensamento computacional desde a infância. Ele propõe que as crianças podem e devem aprender a pensar de forma computacional, utilizando ferramentas computacionais para expressar e explorar suas ideias.

Para Papert, o pensamento computacional não é apenas sobre resolver problemas com computadores, mas também sobre desenvolver uma compreensão profunda dos processos de pensamento e aprendizagem.

Essas definições destacam a natureza ampla e inclusiva do pensamento computacional, que vai além da programação de computadores e abrange uma gama de habilidades cognitivas, como a decomposição de problemas, o reconhecimento de padrões, a abstração e a criação de algoritmos.

Grover, S., & Pea, R. (2013) destacam a importância do pensamento computacional no ensino fundamental, argumentando que ele é uma habilidade essencial para o desenvolvimento de competências digitais e habilidades de pensamento crítico nas crianças.

Eles enfatizam que o pensamento computacional vai além da simples utilização de tecnologias digitais, envolvendo a capacidade de decompor problemas complexos em partes menores, utilizar algoritmos para resolver essas partes e integrar as soluções para encontrar uma resposta completa.

Os autores também discutem a necessidade de integrar o pensamento computacional no currículo escolar, sugerindo que ele deve ser ensinado de maneira que seja relevante e aplicável à vida cotidiana das crianças.

Eles argumentam que, ao fazer isso, as crianças não apenas aprenderão a usar tecnologias digitais de forma eficaz, mas também desenvolverão habilidades de pensamento que são transferíveis e úteis em uma variedade de contextos.

Na visão de Grover e Pea (2013), o pensamento computacional é uma ferramenta poderosa para o ensino fundamental, capaz de promover o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade.

Enfatizam a necessidade de uma abordagem pedagógica que valorize e promova o pensamento computacional, acreditando que isso preparará as crianças para um futuro cada vez mais digital e interconectado.

O pensamento computacional, ou seja, a resolução de problemas de forma lótica e estruturada, é uma habilidade indispensável que deve ser aprendida desde o ensino fundamental.

Os autores argumentam que o pensamento computacional envolve resolver problemas, projetar sistemas e entender o comportamento humano, usando os principais conceitos da ciência da computação.

O papel da comunidade de educação em ciência da computação é desenvolver padrões e diretrizes para integrar o pensamento computacional aos currículos escolares, além de fornecer recursos e apoio aos professores.

Os autores concluem que o pensamento computacional deve ser visto como uma competência essencial para todos os alunos, assim como a leitura, a escrita e a aritmética. Barr, V., & Stephenson, C. (2011).

Conclusão

O pensamento computacional oferece uma abordagem poderosa para o ensino básico, preparando os estudantes para os desafios de um mundo cada vez mais tecnológico.

Por meio da integração de conceitos e práticas do pensamento computacional no currículo escolar, é possível promover o desenvolvimento de habilidades essenciais para o sucesso acadêmico, profissional e pessoal dos alunos.

Portanto, é fundamental que educadores, gestores educacionais e formuladores de políticas educacionais reconheçam a importância do pensamento computacional e incentivem sua inclusão no contexto escolar.

Países que adotam o ensino do pensamento computacional na educação básica estão formando cidadãos mais capacitados para resolver problemas complexos e pensar de forma estratégica. 

Isso pode conferir uma vantagem competitiva a esses países em relação a outros que não priorizam essa habilidade.


Maurilio Jarduli é colunista do Blog GALILEU, atuou como Conselheiro Pedagógico por 15 anos, e é pós-graduado em Gestão Estratégica/Governança Corporativa – USP.

Referências:

Wing, J. M. (2006). Computational thinking. Communications of the ACM, 49(3), 33-35.

Papert, S. (1980). Mindstorms: Children, Computers, and Powerful Ideas. Basic Books.

Grover, S., & Pea, R. (2013). Computational Thinking in K–12: A Review of the State of the Field. Educational Researcher, 42(1), 38-43.

Barr, V., & Stephenson, C. (2011). Bringing Computational Thinking to K-12: What is involved and what is the role of the computer science education community? ACM Inroads, 2(1), 48-54.

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