De acordo com dados do IBGE, 23% dos alunos já sofreram algum tipo de Bullying na escola. E, 16,5% declararam que são humilhados frequentemente, sendo sua aparência um dos principais motivos. E, 12,0% dos estudantes brasileiros de 13 a 17 anos revelaram ter praticado algum tipo de Bullying na escola.
Esse problema já passou de uma simples brincadeira entre crianças e adolescentes. Hoje em dia, felizmente, é tratado com seriedade, levando em conta que é algo que pode trazer grandes problemas físicos e psicológicos para a vítima.
Atualmente, o Bullying é considerado um problema de saúde pública.
O que é Bullying?
São agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva.
Alunos, professores ou outros profissionais da instituição podem ser alvos de bullying na escola. Essa agressão intencional e recorrente pode ser física, psicológica, verbal, sexual e virtual (Cyberbullying), que é muito comum atualmente, levando em conta que os jovens passam grande parte de seu dia na internet.
“É uma das formas de violência que mais cresce no mundo”, afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus), segundo a autora, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho.
O que fazer para combater o Bullying na escola?
Num primeiro momento, tudo o que os pais e a escola precisam fazer é escutar e acolher a criança ou adolescente.
Não duvidar do que está acontecendo já é de grande ajuda para que a vítima não se sinta impotente, podendo confiar e contar o que está acontecendo.
Conversar com a criança permitirá que ela expresse seus sentimentos em relação às agressões e ameaças, não minimizando ou fazendo críticas.
No caso da criança contar aos pais, a situação precisa ser relatada à escola, que deve tomar atitudes em relação aos agressores.
Quando há perseguição na internet e em casos graves, é necessário reunir provas do conteúdo abusivo. Imprimir páginas e mensagens ofensivas à criança para fazer um boletim de ocorrência.
O trabalho preventivo na escola é essencial!
Há ações e iniciativas que ajudam a evitar o bullying com crianças. Conscientizar é evitar situações desagradáveis que podem traumatizar crianças. Promover ações como palestras com psicólogos e capacitação dos pais e funcionários para lidar melhor com o bullying, e também a conscientização na própria sala de aula é de grande ajuda.
E ao identificar um caso de Bullying?
A intervenção deve ser imediata.
Houveram épocas que os professores eram espectadores e até mesmo participavam da humilhação de forma indireta, dando pequenas risadas e ignorando o que estava em sua frente, sendo que eles devem ser os primeiros a intervirem e mostrarem respeito dando o exemplo correto.
O professor também pode desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos; Quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar imediatamente a direção da escola.
As escolas devem promover espaços de diálogo que favoreçam os laços afetivos e melhorem a qualidade das relações. E isso inclui prestar atenção ao que sentem e expressam os próprios estudantes.
Atitudes contraindicadas
Muitos adultos encaram a questão como algo menor, passageiro ou simplesmente como parte da formação escolar.
Lembre-se que atitudes agressivas (sejam físicas ou psicológicas) geram traumas, e muitas vezes são traumas difíceis de se superar. Coloque-se no lugar da vítima. É justo que isso ocorra?
Medidas radicais não são algo que resolvem o problema.
Tente fazer com que a sua instituição de ensino utilize uma abordagem detalhada, humana e que visa construção de relacionamentos mais coesos. Psicólogos com expertise na área podem ser necessários.
No ambiente escolar, a presença de professores e monitores faz toda a diferença – sobretudo no recreio e nos intervalos.
É geralmente na ausência dos adultos que o bullying se manifesta. Limites são essenciais.
Puna menos e ouça mais.