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Como apaixonados pela educação, não poderíamos deixar de contribuir com informações, que julgamos, são importantes para toda equipe escolar: diretores, coordenadores, professores e os funcionários.
O tema de hoje é sobre o TOD, daí vamos fazer uma breve travessia pelos conceitos, causas e consequências, diagnóstico e tratamento, desse transtorno que afeta muitas de nossas crianças, no Brasil e no Mundo.
Boa leitura!
O TOD é definido pelo DSM-5, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, como um padrão recorrente de comportamento inapropriado, negativo, desafiador e desobediente em relação a figuras de autoridade.
Esse comportamento, geralmente, aparece em crianças nos anos pré-escolares, mas inicialmente pode ser difícil distinguir do comportamento normal de uma criança.
Um jeito de distinguir uma birra típica e a presença do TOD é a gravidade do comportamento opositivo e sua duração.
As crianças que desenvolvem um padrão estável de comportamento desafiador durante os anos pré-escolares, possivelmente terão TOD nos anos iniciais da escola.
Crianças com TOD têm relacionamentos substancialmente tensos com seus pais, professores e colegas, além de altas taxas de condições coexistentes, como transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e transtorno bipolar.
Crianças com TOD correm maior risco em desenvolver desvio de conduta e distúrbios de personalidade antissocial durante a vida adulta, incluindo suicídio e transtornos por uso de drogas.
A intervenção de um psicólogo com os pais e a criança pode melhorar substancialmente os resultados no curto e longo prazo.
A pesquisa apoia a eficácia do treinamento dos pais e da resolução colaborativa de problemas, que visa desenvolver as habilidades da criança em tolerar a frustração, ser flexível e evitar reações emocionais exageradas.
Quando o TOD coexiste com o transtorno de TDAH – déficit de atenção/hiperatividade, a terapia estimulante pode reduzir os sintomas de ambos os transtornos.
Para AAFP – Academia Americana de Médicos da Família, American Academy of Family Physicians, não há ferramenta especifica para diagnosticar o TOD, mas vários questionários podem ajudar no diagnóstico ao avaliar outras condições psiquiátricas.
Adultos e adolescentes com histórico de TOD têm mais de 90% de chance de serem diagnosticados com outros distúrbios mentais ao longo da vida.
A intervenção precoce visa prevenir o desenvolvimento de transtornos de conduta, abuso de substâncias e delinquência que podem causar prejuízos sociais, ocupacionais e acadêmicos.
Uma revisão sistemática descobriu que a prevalência de TOD é de aproximadamente 3% em vários países, outros relatos listaram uma prevalência ainda maior.
O TOD é mais comum entre crianças de famílias de baixa renda e tipicamente diagnosticado no final da pré-escola até o início do ensino fundamental, com sintomas geralmente aparecendo dois ou três anos antes.
A preocupação com o TOD está entre as razões mais comuns pelas quais as crianças são encaminhadas para serviços de saúde mental, segundo a AAFP.
Segundo a Profa. Dra. Margaret Riley, MD, da University of Michigan Medical School, uma vez que uma criança comece a apresentar sintomas, o diagnóstico imediato é essencial para o encaminhamento aos profissionais médicos ou psiquiatras.
Crianças com TOD têm relacionamentos substancialmente prejudicados com pais, professores, amigos e colegas de escola.
Essas crianças não são apenas prejudicadas em comparação com seus pares, mas também apresentam maior comprometimento social do que crianças com transtorno bipolar, depressão ou transtornos de ansiedade.
Quando comparados com o TOD, apenas o desvio de conduta e o transtorno global do desenvolvimento apresentaram substancial diferenças no ajuste social, descreve Riley.
Segundo o Prof. Dr. Hamilton S. Sutton, MD, do hospital da School of Medicine University of Pittsburgh, o TOD é mais comum em meninos do que em meninas, mas os dados não são absolutos.
Alguns pesquisadores propõem que sejam usados critérios diferentes com meninas, que tendem a exibir agressão de forma mais velada, ou seja, disfarçada de brincadeira. As meninas podem apelar para agressão verbal, em vez de física.
De acordo com Prof. Dr. Hamilton, teorias recentes conceituam crianças com TOD como possuindo déficits em um conjunto de habilidades discretas que levam a um comportamento de oposição desafiante.
Por exemplo, uma criança pode não ter desenvolvido a habilidade de modulação afetiva (mudança de um estado afetivo para outro de uma maneira lenta e gradual) e tende a reagir emocionalmente de forma exagerada, perdendo sua capacidade de raciocinar.
Uma criança pode apresentar déficits em suas habilidades cognitivas executivas (por exemplo, memória de trabalho, capacidade de mudar as tarefas, resolução organizada de problemas).
Esses déficits minam a capacidade da criança de atender às demandas dos adultos.
Tais déficits de habilidades são componentes da conceituação transacional do TOD, que enfatiza a interação das crianças e dos pais e o contexto do comportamento.
Uma característica importante deste modelo é a relativa previsibilidade do contexto (por exemplo, hora do banho, hora do jantar) e o comportamento dos pais e filhos que precipitam o fracasso da criança, afirma o Prof. Dr. Hamilton.
As teorias neurobiológicas têm sido exploradas na etiologia da agressão.
Neurotransmissores como serotonina, norepinefrina e dopamina têm sido investigados em seu papel com relação à agressividade.
Nenhum neurotransmissor único ou via neurológica foi identificado como uma causa raiz.
O TOD é claramente familiar, mas a pesquisa ainda precisa determinar qual o papel da genética uma vez que os estudos produziram resultados inconsistentes, Associação Americana de Psiquiatria, APA – American Psychiatric Association.
O tabagismo e a desnutrição durante a gravidez foram associados ao desenvolvimento do TOD, embora a causalidade não tenha sido solidamente estabelecida.
A história natural do TOD não é completamente compreendida.
A maioria das pessoas diagnosticadas com o transtorno na infância desenvolverá, mais tarde, um padrão estável de TOD, um transtorno afetivo ou TOD com TDAH (os principais tipos de transtornos afetivos são depressão, transtorno bipolar e transtorno de ansiedade).
Algumas crianças persistem com TOD sem condições coexistentes.
Crianças que foram diagnosticadas com TOD em idade jovem, Ensino Fundamental, podem fazer a transição, mais tarde, para um diagnóstico de TDAH, ansiedade ou depressão. Pior prognóstico em longo prazo, segundo PSI Dr. John Armando LCSW, AAFP.
Nos estudos publicados pela AAFP, Dr. John Armando mostra que, as condições coexistentes são comuns em crianças com TOD, particularmente TDAH e transtornos de humor ou bipolar.
A extensão e a natureza de sua coexistência não são definidas com precisão.
O estudo mais abrangente de crianças com TDAH é o Estudo de Tratamento Multimodal de Crianças com TDAH.
Neste estudo, os pesquisadores descobriram que 40% das crianças com TDAH também atendem aos critérios diagnósticos para o TOD.
Um outro estudo sobre crianças com TOD, 14% tinham TDAH coexistente, 14% ansiedade e 9% transtorno depressivo.
Outros pesquisadores descobriram que crianças com TOD tinham duas vezes mais chances de ter depressão maior ou transtorno bipolar em comparação com um grupo de referência.
Faltam dados específicos, mas o consenso de especialistas é que as dificuldades de aprendizagem e os distúrbios de linguagem também coexistem, comumente, com o TOD.
Planos de tratamento individualizados por psicólogos ou psiquiatras, tanto para a criança quanto para a família, são os mais eficazes.
As intervenções comportamentais dos pais são a terapia de primeira linha em crianças mais novas.
Na adolescência, a terapia individual assume um papel mais proeminente, mas os resultados são melhores quando os pais estão envolvidos.
A intervenção precoce pode ajudar a prevenir outros transtornos, como transtorno de conduta, abuso de substâncias ilícitas e delinquência.
A terapia, baseada na criança, geralmente se concentra nas habilidades de resolução de problemas, enquanto o treinamento dos pais (terapia de gerenciamento pelos pais) se concentra em como responder ao comportamento da criança e tornar sua resposta oportuna, previsível e apropriada.
No geral, o objetivo é que os pais sejam mais positivos e menos severos.
Uma revisão da Cochrane, de 2012, descobriu que as intervenções parentais em grupo, baseadas em terapia comportamental e terapia cognitivo-comportamental (TCC), são eficazes e econômicas para melhorar os problemas de conduta da criança, além de diminuir os comportamentos agressivos.
A resolução colaborativa de problemas, na qual pai e filho trabalham juntos, é outra técnica muito eficaz para tratar TOD.
Para atender aos critérios de diagnóstico para TOD, do DSM-5, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª ed., a criança deve ter pelo menos quatro sintomas: de humor raivoso/irritável, comportamento argumentativo/desafiador e vingativo.
Os sintomas devem estar presentes por pelo menos seis meses e ter um impacto negativo no funcionamento social, educacional ou ocupacional.
Como muitos comportamentos de oposição são uma parte normal da primeira infância e adolescência, o DSM-5 agora fornece orientação sobre quando esses comportamentos se afastam do desenvolvimento normal.
Por exemplo, o DSM-5 observa que explosões de temperamento em crianças em idade pré-escolar são comuns, mas podem ser anormais se ocorrerem na maioria dos dias e estiverem associadas a deficiências significativas.
Neste caso específico, a escola tem um papel fundamental, pois é o local onde a criança, além de estudar, precisa cumprir regras, tarefas e rotinas, interage com outras crianças e está sob autoridades que não fazem parte de sua família.
É imprescindível que a escola adote uma postura proativa, quando se deparar com uma crise de uma criança com TOD.
Assim, é importante que o ambiente na escola esteja preparado para lidar com crianças com TOD, evitando atender aos pedidos da criança durante uma crise de birra e ou raiva, e tratando a situação com tranquilidade e racionalidade.
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Até o próximo 🙂