O crime não é novo, mas ganhou força extra durante a pandemia. Segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), desde março de 2020, o número de golpes durante a pandemia teve um aumento de 70% no país.
Vale ressaltar que a preocupação com fraudes relacionados a boletos bancários é antiga. Para mitigar problemas de fraudes, desde 2018, todos os boletos bancários passaram a ser registrados, com a inserção de algumas informações importantes como: CPF ou CNPJ do emissor e do pagador do boleto.
Com a pandemia, além dos golpes relacionados ao auxílio emergencial, muitos criminosos ainda utilizam o boleto bancário como fonte de golpe. Seja através de boletos impressos ou digitais, os criminosos trocam a linha digitável ou o código de barras, direcionando o pagamento para contas próprias.
São inúmeros casos de boletos bancários referentes a planos de saúde, condomínio, financiamento de veículos ou até a prestação da escola dos filhos.
A forma mais comum de fraude ocorre através de boletos enviados digitalmente, no entanto, têm crescido o número de fraudes com boletos enviados por correspondência via Correios.
Geralmente, o boleto original é interceptado pelos criminosos, onde será reproduzido um boleto semelhante, porém, com código de barras e/ou linha digitável fraudados.
Uma das grandes causas de ser vítima de boletos fraudados é a falta de atenção na hora do pagamento. Por ser registrado os boletos bancários irão exibir as informações do beneficiário no ato do seu pagamento – quem está recebendo o valor, sacador avalista e o pagador.
De acordo com o secretário estadual de Defesa do Consumidor, Fernando Capez, as vítimas de fraudes devem registrar boletim de ocorrência, como uma forma de ajudar a polícia a investigar os casos e encontrar os criminosos.
Segundo Capez, em um primeiro momento, os bancos e demais empresas não podem ser responsabilizadas pelos golpes aplicados pelos criminosos. “A menos que alguma falha no sistema de segurança da instituição financeira tenha colaborado para a fraude. Como no caso, por exemplo, de alguém ligar no banco, passar meus dados e pedir minha senha. Nessa situação, a falha teria contribuído para o golpe e, portanto, haveria responsabilização”.
Para evitar ser lesado por fraudes de boletos bancários, aqui vão algumas dicas infalíveis:
- No ato do pagamento, verifique com atenção os dados do beneficiário, CPF ou CNPJ. Se não reconhecer, não realize o pagamento.
- Em boletos emitidos por empresas de intermediação (como por exemplo PagSeguro), o nome do recebedor final constará no campo SACADOR AVALISTA.
- Verifique os primeiros dígitos do código – linha digitável – que representam o banco emissor. Por exemplo, uma cobrança do banco Bradesco, inicia-se com 237.
- Fique atento a impressão de má qualidade, com falhas, erros de português, formatação e fontes diferentes, e também falhas no código de barras.
- Se precisar emitir uma segunda via, realize essa operação diretamente no site da empresa ou do banco emissor.
- Nunca confie em um boleto pelo simples fato de ser impresso e enviado via Correios. Há um aumento significativo de casos de fraudes em boletos impressos.
- Se tiver qualquer dúvida ao receber um boleto, entre em contato com o prestador de serviços ou banco, validando as informações antes de efetuar o pagamento.
- Se for pagar um boleto pela leitura do código de barras, confirme se os dados apresentados no ato do pagamento são efetivamente da empresa prestadora de serviços – valor, nome, CPF ou CNPJ.
- Geralmente, fraudadores utilizam cadastro de Pessoa Física, mas isso não é uma regra. Preste atenção e valide quando o beneficiário ou o sacador avalista for de um CPF.