Escrever sobre a importância dos contos é, para mim, como relembrar a minha infância.
Na infância, os livros sempre fizeram parte da minha rotina.
Minha mãe, professora, e meus avós sempre folheando livros, jornais e escrevendo cartas, bilhetes ou fazendo anotações.
Mesmo, em momentos difíceis, a leitura estava presente.
Quando criança, passei uns dias internada no hospital das Clinicas de Curitiba e minha família sempre esteve comigo; para deixar meus dias mais alegres, gostavam de me levar presentes (venho de uma família unida e com muita fé).
Naquele hospital aprendi que o verdadeiro presente é a presença.
Além dos familiares, também tinham pessoas voluntárias que faziam visitas e me levavam livros de presente.
Eram livros de contos, livros para colorir, desenhar…muitos livros e papéis para criar e imaginar.
A leitura me encantava, fazia o dia passar mais rápido e também a sair dali do hospital para o mundo da imaginação.
Como peça fundamental, à formação de crianças e jovens leitores, é indispensável o exemplo.
Isso eu tinha na minha família e também na escola.
Muitos professores sempre me estimularam a escrever, desde a minha Prof.a Lucila, da primeira série, com o uso do diário e sua maneira carinhosa de ensinar, até a minha Prof.a Elizabeth, da 8a série, fazendo redação.
A Prof.a Elizabeth tinha algo curioso, ela conseguia despertar o desejo de escrever, sabe por quê? Porque ela só lia as três melhores redações.
Então era um prêmio, para nós, alunos, ser surpreendidos com a escolha da professora e sua leitura, em voz alta, para toda a sala.
Foi assim que, durante toda a minha formação, até na faculdade, a leitura e os livros estiverem presentes.
A história desperta a curiosidade, a imaginação, a criatividade, amplia o vocabulário e tem papel importante no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança.
Pensando nisso e no quanto os contos colaboraram comigo, em vários momentos da minha vida, resolvi que, no meu segundo livro, eu falaria sobre um tema que quase não é abordado na literatura infantil… a internação de crianças.
Resolvi pegar fatos reais da minha vivência na infância e transformar em história.
Depois de muito estudo e cursos sobre escrita de literatura infantil, o livro: “A princesa de Pijama” ganhou vida.
A ficção e realidade se misturam para contar um pouco da minha história e de muitas outras crianças.
O livro “A princesa de Pijama” transmite a mensagem de que os momentos difíceis e delicados passam.
É ótimo para praticar a leitura, pois as letras estão em caixa alta, além de desenvolver habilidades socioemocionais.
Depois de várias visitas às escolas privadas e municipais, percebi o quanto é importante a presença do autor na escola para conversar com os alunos, promovendo a interação escritor-leitores.
A presença do autor desmistifica essa figura de alguém distante, pois é assim que muitas crianças veem.
Conhecer a pessoa que fez o livro, leva o aluno a descobrir o universo de possibilidades da literatura, querer contar sua história, buscar outros livros daquele mesmo autor e conhecer novos escritores.
As crianças sempre me fazem muitas perguntas: “Como você cria os personagens?”, “Quantos livros você já leu?”. Essa interação desperta a curiosidade, envolvendo os alunos com a prática da leitura.
Pesquisas científicas realizadas na Universidade Stanford, EUA, e no Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (INSERM) comprovam que a leitura para crianças é capaz de formar um cérebro potente, inteligente.
O acesso aos livros é fundamental durante todo o desenvolvimento infantil, por isso são importantes as bibliotecas, o estímulo a frequentar esse espaço, entre outros, como: feira do livro, debate de escritores, roda de história.
É preciso que as crianças vejam outras pessoas lendo.
Vale ressaltar que existe no Brasil filhos de famílias não leitoras, crianças e jovens que dependem de um professor para conviver com obras literárias.
Essa realidade traz a reflexão do quanto é importante todos os professores, inclusive de outras áreas, não só de Língua Portuguesa, alfabetização e literatura, em despertar o gosto pela leitura.
Formar novos leitores é uma responsabilidade de todos.
A leitura traz repertório para o aluno.
Se o professor não ler, não trará reflexão, experiência e múltiplas possibilidades de compreender todo o processo de leitura que, para muitos, é considerado chato e cansativo.
Leitura é movimento e para formar leitores precisamos de professores leitores que despertem a curiosidade nas crianças, que explorem as histórias com muita criatividade.
Olhar para as habilidades leitoras dos alunos se adequando à realidade é fundamental.
Contar histórias nunca foi tão importante.
Nesse mundo, cada vez mais digital, a presença do livro físico se torna importante.
Ler um conto de fadas, uma boa literatura infantil, uma boa música é promover inúmeras possibilidades para a criança.
E, se todos nós somos construídos de história, o meu desejo é que ela sempre esteja presente na vida das crianças.
Autora: Angélica Silvestrini
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