TDC – Dispraxia ou Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação Motora

O GALILEU, como ferramenta de gestão escolar, nasceu para facilitar a vida de professores e gestores de uma escola.

Entendemos que, quanto menos tempo os profissionais de uma escola se ocupem com papelada e burocracia, mais tempo se tem para ajudar as crianças naquilo que elas mais precisam, foco na aprendizagem.

São muitos os problemas que interferem na aprendizagem de uma criança.

Como pais e mães que somos, aqui no GALILEU, sentimos na pele alguns desses problemas.

Assim, diante de tantos desafios enfrentados pela escola, resolvemos dar uma mãozinha e discorrer sobre temas diversos que podem estar dificultando o processo de ensino e aprendizagem de uma criança na sala de aula.

O tema de hoje é o TDCTranstorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC ou DCD em Inglês), que acomete muitas crianças em idade escolar, com muita ou pouca intensidade, e  acaba interferindo negativamente na aprendizagem.

Também conhecido como dispraxia, é um distúrbio comum que afeta a coordenação motora fina (utilizada pelas mãos e pés) e ou grossa (usada para andar, correr, descer escadas, pular, etc.) em crianças e adultos.

É uma condição, surpreendentemente, que afeta o movimento e a coordenação. Mas ainda é pouco compreendida.

A dispraxia afeta todas as áreas da vida, tornando difícil para as pessoas realizarem atividades comuns, consideradas normais.

Os sinais de dispraxia/TDC estão presentes desde a tenra idade, mas podem não ser reconhecidas até que a criança comece a sua vida escolar – ou, mesmo mais tarde, na idade adulta. Dyspraxia Foundation – Supporting individuals and families affected by dyspraxia/DCD – UK (do Reino Unido).

Para o NHS Health, de Londres, o TDC é uma condição que afeta a coordenação física.

Isso faz com que a criança tenha um desempenho inferior ao esperado nas atividades diárias para sua idade e pareça se mover desajeitadamente.

A estimativa é de que o TDC seja, cerca de, 3 ou 4 vezes mais comum em meninos do que em meninas. NHS Health/ Dyspraxia (developmental co-ordination disorder)

O Instituto Neuro Saber define o TDC como uma dificuldade de coordenação motora que limita o desempenho em atividades como agarrar uma bola, andar de bicicleta, cortar comida, amarrar sapatos, correr, pular, descer escadas e escrever, dentre outras.

A dificuldade pode levar à tristeza profunda e até depressão, o que pode fazer com que a criança se isole. 

Crianças que apresentam dificuldades nas habilidades motoras podem ter a aprendizagem e as relações sociais afetadas.

O TDC é um distúrbio complexo que necessita de um olhar muito cuidadoso da família e da escola, além de um tratamento adequado.

Afetando 5% a 6% das crianças, o transtorno do desenvolvimento da coordenação (TDC) é um transtorno do neurodesenvolvimento, que interfere na capacidade da criança de realizar e aprender habilidades motoras.

Embora o TDC esteja presente desde o início do período de desenvolvimento, muitas vezes não é identificado até a idade escolar, deixando oportunidades perdidas de intervenção precoce.

O TDC mostra uma trajetória de desenvolvimento negativa ao longo do tempo, incluindo saúde mental adversa e pior qualidade de vida relacionada à saúde na infância. Sem intervenção, até 75% das crianças com TDC continuam a ter dificuldades até a idade adulta. Journal of Developmental Medicine & Child Neurology (DMCN) – 2022/ by The American Academy for Cerebral Palsy and Developmental Medicine (AACPDM)

Para a Dra. Nancy Hammond, médica neurologista da Universidade do Kansas (School of Medicine), a dispraxia é um distúrbio da coordenação motora baseado no cérebro.

Afeta habilidades motoras finas e grossas, o condicionamento motor e coordenação.

Embora não esteja relacionado à inteligência, pode afetar as habilidades cognitivas.

As crianças que nascem com dispraxia podem demorar para atingir marcos de desenvolvimento além de apresentar um comportamento imaturo.

As crianças podem achar difícil fazer planos e executá-los.

Eles podem ter dificuldades da fala e parecer desajeitados, levando ao termo desatualizado de “síndrome da criança desajeitada”.

Na adolescência e na idade adulta, os sintomas de dispraxia podem levar a dificuldades de aprendizagem e baixa autoestima.

CAUSAS

A dispraxia é o resultado de uma interrupção na maneira como as mensagens são transmitidas entre o cérebro e o corpo.

A causa dessa interrupção ainda não é clara, embora nascer cedo, ter baixo peso ao nascer e histórico familiar de dificuldades de coordenação aumente a probabilidade de alguém ter a doença.

A dispraxia não é causada por dano cerebral, doença ou lesão e, na maioria dos casos, a causa não é conhecida.

É provável que não haja uma única razão para explicar por que as habilidades de movimento de uma pessoa não são tão bem desenvolvidas quanto suas habilidades em outras áreas.Dyspraxia Foundation – Journal Supporting individuals and families affected by dyspraxia/DCD – UK (do Reino Unido).

A presença de muitos desses sinais, embora não todos, pode sugerir que uma criança tem dispraxia:

– Atraso na aquisição de habilidades motoras iniciais, como sentar, engatinhar e andar
– Dificuldade em correr, pular, pegar e arremessar, em comparação com outras crianças
– Os movimentos parecem desajeitados, lentos, hesitantes
– Precisa ser ensinado habilidades físicas em vez de buscá-las instintivamente
– Frequentemente tropeça e cai
– Péssimo aperto do lápis. A escrita é lenta e imatura
– Dificuldade para se vestir e usar talheres
– Má compreensão de conceitos espaciais, como sobre, sob, em frente e atrás
– Dificuldade em manter amigos ou julgar como se comportar na companhia de um
– Muita ansiedade e com baixa autoestima
– Dificuldade em prestar atenção, reage a todos os estímulos sem discriminação
– Tem dificuldade em seguir instruções
– Tem dificuldade em administrar o tempo
– Muitas vezes perde coisas, objetos

DIAGNÓSTICO

Ter um diagnóstico formal de dispraxia pode ajudar uma criança a obter o apoio correto e precoce.

O processo de avaliação e diagnóstico diferem de criança para crianças e adultos.

Geralmente não é diagnosticada em crianças menores de 5 anos, embora crianças com dificuldades de fala e ou linguagem possam ser identificadas mais cedo por um fonoaudiólogo.

Se os pais perceberem dificuldades no desenvolvimento do filho em idade pré-escolar, é muito importante conversar com um pediatra.

Um encaminhamento pode ser feito para um fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, neurologista ou médico especialista para avaliação adicional.

IMPORTANTE

Os pais devem ficar atentos, observar o filho nas atividades do dia a dia, ao se vestir, usar talheres, escrever, organizar suas coisas, ao praticar esportes, em comparação com outras crianças da mesma idade.

É muito importante obter um feedback dos professores, principalmente o de Educação Física, se eles notam alguma coisa.

É essencial que os pais discutam suas preocupações com o médico da família, pediatra do filho ou na escola, neste caso, com o professor de necessidades especiais da escola, caso tenha um.

As avaliações para dispraxia verbal ou oral serão realizadas por um fonoaudiólogo.

É extremamente importante que tenha um médico envolvido no processo de diagnóstico, pois a dispraxia, muitas vezes, se sobrepõe a condições como TEA, TDAH e transtorno de linguagem do desenvolvimento.

Além disso, características de dispraxia, como má coordenação motora, são observadas em outras condições como na paralisia cerebral.

Uma avaliação diagnóstica correta garantirá que a dispraxia seja a explicação correta para as dificuldades de uma criança, para que o suporte adequado possa ser indicado.

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Até o próximo 🙂

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